quarta-feira, 23 de maio de 2012

Brasil Colonia

Economia: Colônia
O Brasil possui, historicamente, duas fases distintas de organização do espaço:
a.    A organização do espaço Pré – Colombiano, que representa o modo como a sociedade nativa se estabelecia neste espaço e que representavam etnias diferenciadas como os Jê, Tapuia, Aruaques, Tupinambás, Guaranis, Tupis entre outros.
b.    Organização do Espaço Brasileiro colonial, administrado pela metrópole portuguesa e que tinha um objetivo totalmente diferente dos nativos locais que era o de explorar o espaço e o trabalho local por meio da servidão.
O modo de pensar, agir, produzir e circular riquezas do modelo destes pré-colombianos era o de produzir para manutenção de sua subsistência, retirando dele apenas o necessário para sua sobrevivência, portanto o impacto referente  aos recursos naturais disponíveis era mínimo desenvolvendo relações  com o meio sem agressão em grande escala.


O modelo europeu de ocupação e de relacionamento com o meio não tinha outro objetivo senão o de extrair os recursos naturais e suas riquezas com o fim de comercializá-las em larga escala, seja na Europa ou no Velho Mundo. Portanto sua meta não era desenvolver este território, mas utilizá-lo como reserva estratégica para suas necessidades de mercado.
A ocupação, em um primeiro momento, se realiza ao longo do litoral, preferindo-se as localidades próximas ao continente europeu como a faixa litorânea da região Nordeste.
A interiorização do território colonial só ocorre quando as bandeiras, grupos volantes autônomos de exploração, saem em busca de mão de obra para apresamento e na descoberta de metais e pedras preciosas.
Bandeirante
                                       
Um modelo de ocupação e organização territorial é utilizado denominado de Capitanias Hereditárias, sistema adotado por Portugal em outras colônias com sucesso onde no Brasil, faixas de terras, paralelas entre si no sentido latitudinal divididas em 15 foram distribuídas a nobres que o rei ordenou que fossem ocupadas. Não tendo retorno financeiro desejado com exceção das Capitanias de Pernambuco e São Vicente que prosperaram com a produção canavieira teve várias adaptações mantendo, no entanto sua natureza de hereditariedade, sendo repassada para filhos não podendo comercializá-la ou vendê-la.


Marques de Pombal, em 1759, extingue o sistema de hereditariedade, porém o modelo de capitanias permanece até o fim do Brasil Colônia, um ano antes de sua independência.
Foi criado um governo geral, logo em seu início com Tomé de Sousa (1548) que centralizaria as orientações do rei de Portugal para cumprir-se o projeto colonizador e de ocupação da colônia. O governo geral permaneceu até a vinda do rei D.João VI para o Brasil.
Uma de suas principais funções era o de cuidar de arrecadar impostos, organizar defesa contra invasores e possíveis revoltas internas além de julgar demandas da colônia.
O plano de ocupação, portanto ocorreu pela implantação da cidade de Salvador, capital colonial, desenvolvimento da agricultura canavieira no Nordeste com destaque para as cidades de Recife e Olinda, portuárias onde ocorriam o escoamento da produção para Portugal. Construção de fortes e o estabelecimento de guarnições ao longo do litoral e em lugares estratégicos, principais rios, estuários  e principais cidades, Rio de Janeiro, Parati, São Vicente, Fortaleza.
A princípio o alvo de invasões estava relacionado ao extrativismo da madeira denominado Pau Brasil século XVI, entretanto a partir de 1532 com o início do ciclo da cana de açúcar (século XVI e XVII) e o nordeste apresentando solo (argiloso) e de fácil adaptação à cultura recebendo investimentos para a implantação de infraestrutura – engenhos, produção e transformação tornaram-se também áreas de interesse estrangeiro como dos holandeses que invadiram Salvador (1624), Recife e Olinda (1630) e os franceses no Rio de Janeiro (1555) e Maranhão (1612). Sendo expulsos pelas tropas portuguesas e coloniais reforçou-se a ocupação do espaço litorâneo e suas fortificações.
O surgimento dos espaços urbanos no Nordeste destacando Recife, Olinda trouxe novas demandas de fornecimento de alimentos e carne levando esta estrutura ser implantada no interior da região especialmente ao longo do rio São Francisco denominado então rio dos Currais como também no Agreste.
Com a queda da demanda do açúcar na Europa e com o descobrimento de metais valiosos (ouro) e pedras preciosas (esmeralda e diamantes), século XVIII, e por meio dos bandeirantes, na então Capitania de São Paulo, uma onda migração de portugueses e de outros colonos de diferentes regiões como do Nordeste ocuparam os espaços da região Sudeste.
Para um maior controle do escoamento destas riquezas a capital da colônia é transferida de Salvador para a cidade do Rio de Janeiro. Novos caminhos são abertos para o transporte do ouro (1710) de Minas diretamente à cidade do Rio de Janeiro, antes, porém, este transporte era realizado pela Estrada Real (antigo caminho de indígenas) que ligava diretamente o porto de Paraty até as Minas.
Na região de Minas a possibilidade de enriquecimento atraiu grande população, dinamizou a economia local, a circulação de mercadorias, animais, alimentos e o alto poder aquisitivo gerado pelo ouro e diamantes multiplicou as atividades comerciais também elevando os preços daquilo que se produzia no local ou não. Esta economia acelerada multiplicou fornecedores, mercadores e novos caminhos abertos para a circulação de riquezas.

Entre os que se destacam o Caminho Geral que ligava as minas à capitania de São Paulo, Caminho do São Francisco que ligava à região Nordeste, Caminho das Novas Gerais que ligava á capital colonial, Rio de Janeiro. As descobertas também se estenderam para Goiás, Mato Grosso e Bahia Povoamentos, vilas, aglomerados de casas, pousios se formavam ao longo dos caminhos, que davam guarida ao tropeiro viajante, o condutor de tropa de mulas. Destas muitas se tornaram cidades como Mogi Mirim, Mogi Guaçu, Ouro Fino e Campinas (Caminho dos Goaises). Com o esgotamento das jazidas, no fim do século XVIII, a economia colonial entre em declínio dando início a uma nova fase de produção agrícola: o café.

No início do século XIX, já independente o Brasil Imperial inicia grandes investimentos na melhoria de vias de circulação já que sua principal atividade econômica era de exportação de produtos agrícolas e matérias primas. Permitiu a participação da iniciativa privada na construção de estradas de ferro como foi realizada pelos barões de café ou ainda no desenvolvimento da indústria naval com destaque ao barão de Mauá.

A vinda dos europeus para as Américas mudou a história deste continente permanentemente. 

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