quarta-feira, 23 de maio de 2012

Campinas Origem

 Campinas

Com a necessidade de se prover o mercado europeu em expansão, os portugueses, incentivado pelas Grandes Navegações, colonizou o território brasileiro a fim de obter recursos naturais de importância para consumo. Em destaque encontravam-se metais (ouro) e pedras preciosas.
No século XVI, portanto o Brasil começara a ser reorganizado com o objetivo de dividi-lo em Capitanias Hereditárias. Faixas de terra eram doadas para os nobres da corte portuguesa a fim de explorarem a colônia retirando aquilo que fosse de valor.
Do litoral (sec. XVII) partiam tropas que se interiorizavam em busca de ouro e que fora descoberto em direção ao oeste do Brasil. Por ordem do Marques de Pombal, o capitão governador da Capitania de São Paulo, Dom Luís António Souza Bueno Botelho Mourão começou a fundar vilas ao longo do caminho dos Goiases.
Localizado nas margens deste caminho que se dirigia às recém descobertas minas de ouro dos Goiases o bairro rural do Mato Grosso teve inicio com a instalação de um pouso de tropeiros. O pousio das Campinas do Mato Grosso – erguidos em meio a pequenos descampados ou campinhos, em uma região de mata fechada como então era a Mata Atlântica neste período, impulsionou o desenvolvimento de várias atividades de abastecimento que promoveu uma maior concentração populacional, reunindo-se neste bairro rural em 1767, 385 pessoas. Após a formação do bairro rural de Jundiaí, ocorreu a fundação da vila de São Carlos de Mato Grosso, que em 14 de julho de 1774 iria se transformar na cidade de Campinas tendo como fundador Francisco Barreto Leme do Prado.
Este bairro rural tinha em particular característica, um solo de excelente qualidade. Clareiras existentes na densa floresta tropical interior possibilitaram, em um relevo levemente ondulado, o desenvolvimento e o plantio de açúcar. Muitos engenhos instalaram-se na região.
No mesmo período – segunda metade do século XVIII, ganhava forma também outra dinâmica econômica, política e social na região associada à chegada de fazendeiros procedentes de Itú, Porto Feliz, Taubaté entre outros vinham buscar terras para instalar lavouras não só reforçando as já existentes de cana de açúcar, mas também as de café, utilizando a mão de obra escrava. De fato, foi por força e interesse destes fazendeiros, ou ainda, por interesse do governo da capitania de São Paulo, que o bairro rural do Mato Grosso transformado em Freguesia de nossa senhora da Conceição do Mato Grosso (1774), depois em Vila de São Carlos e em cidade de Campinas, período de tal importância econômica se tornou que as plantações de café, principal produto de exportação do país, já suplantavam as lavouras de cana de açúcar e dominavam a paisagem da região. Foram substituídos totalmente os canaviais pelo plantio de café de várias fazendas como a Santa Rosa, Santa Genebra, Mato Dentro, Jambeiro, Pau D’Alho, Bela Aliança, Roseira tendo como proprietários os barões, Marquês de Três Rios, Barão Geraldo, Barão de Itapura, Barão de Jaguara e demais.
Esta estratégia de interiorização das entradas e bandeiras combinadas com acordos e tratados internacionais realizados nos períodos colonial, imperial e republicano deu a atual conformação do Brasil. Os cafezais permitiram um novo ciclo de desenvolvimento da cidade.
A partir da economia cafeeira, Campinas passou a concentrar um grande contingente de trabalhadores escravos livres (de diferentes procedências), empregados em plantações e em atividades produtivas rurais. No mesmo período (segunda) metade do século XVIII, a cidade começava a experimentar um intenso processo de modernização do Estado de São Paulo.
No mesmo período a cidade passou a concentrar uma população mais significativa, constituída de migrantes e imigrantes procedentes das mais diversas regiões do estado, do país e do mundo, e que chegavam à Campinas atraído pela instalação de um novo parque produtivo, composto de fábricas agro-industriais e estabelecimentos diversos.
Entre as décadas de 1930 e 1940, portanto, a cidade de Campinas passou a vivenciar um novo momento histórico, marcado pela migração e pela multiplicação de bairros nas proximidades das fabricas dos estabelecimentos e das grandes rodovias em implantação – Via Anhanguera (1948), rodovia Bandeirantes (1979), rodovia Santos-Dumont (1980).
Em 1948 compunha-se de 937 estabelecimentos industriais em atividade com 10.000 postos de trabalho no setor alimentício, vestuário, produtos químicos e farmacêuticos.
Nos anos 50 indústrias de capital estrangeiro como a Singer, Dunlop, Merck Sharp&Dohne, Bendix, Bosch e a General Eletric por um efeito combinado de saída das grandes indústrias da RMSP, instalam-se em Campinas, visto os efeitos dos altos custos de produção – terrenos, impostos, infraestrutura escassa, custo de mão de obra na capital paulista e instalam-se próximo às vias de circulação principais como a via Anhanguera.
O efeito disto é uma crescente urbanização na cidade e um projeto urbanístico existente (Plano Prestes Maia) colocado em prática, reestrutura e reordena o espaço urbano alargando ruas como Campos Sales, Francisco Glicério. Edifícios são demolidos, cria-se perimetrais e radiais como a Anchieta, Orosimbo Maia, Paula Bueno, Delfino Cintra, Brasil, Andrade Neves, Pedro de Toledo, João Jorge, Saudade, Abolição e Morais Sales.
Com o acelerado desenvolvimento e a necessidade de suprir suas demandas, na década de 60 é inaugurada a Unicamp- Universidade Estadual de Campinas e o Aeroporto Internacional de Viracopos.
Na década de 70 e 80 são duplicadas as rodovias Mogi Mirim e construída a rodovia D.Pedro.
Entre as décadas de 60 e 90 a população cresceu 400 %, no sentido inverso, entretanto, este crescimento acelerado não se traduziu na manutenção da qualidade de vida que então existia.
Atualmente o setor agrícola é o menos relevante e o setor de transformação (indústria) participa com 30% da produção do estado de São Paulo sendo as indústrias de alta tecnologia e o parque metalúrgico os mais importantes. Campinas é considerado a capital do Vale do Silício devido seu pólo tecnológico de alta importância.
Sua vocação atual está na produção do saber, tecnologia e desenvolvimento com moderno parque de transformação com a instalação de tecnopolos estruturados na UNICAMP, PUCC, laboratórios, Centros de Pesquisa e Desenvolvimento como o CPQD da Telebrás, CTI – Centro Tecnológico da Informática, Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais (CNPEM), Centro de Pesquisas Avançadas Werner Von Braun, Empresa Brasileira de Agropecuária (EMBRAPA), Laboratório Nacional de Luz Síncroton (LNLS).
O setor terciário é a fonte mais importante geradora de riquezas e renda com destaque para comércio e microempresas.
Incluída na área metropolitana da RMC-Região Metropolitana de Campinas, atualmente sua população está concentrada na área urbana com 98 % do total de 1.088.611 habitantes (IBGE 2011).
É a 3ª cidade mais populosa do Estado de São Paulo, com IDH – Índice de Desenvolvimento Humano de 0,852 ocupando o espaço entre os mais desenvolvidos do estado (7ºlugar) e a décima cidade mais rica do Brasil.

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