Campinas
Com a
necessidade de se prover o mercado europeu em expansão, os portugueses,
incentivado pelas Grandes Navegações, colonizou o território brasileiro a fim
de obter recursos naturais de importância para consumo. Em destaque
encontravam-se metais (ouro) e pedras preciosas.
No século
XVI, portanto o Brasil começara a ser reorganizado com o objetivo de dividi-lo
em Capitanias Hereditárias. Faixas de terra eram doadas para os nobres da corte
portuguesa a fim de explorarem a colônia retirando aquilo que fosse de valor.
Do
litoral (sec. XVII) partiam tropas que se interiorizavam em busca de ouro e que
fora descoberto em direção ao oeste do Brasil. Por ordem do Marques de Pombal,
o capitão governador
da Capitania de São Paulo, Dom Luís António Souza Bueno Botelho Mourão começou a fundar vilas ao longo
do caminho dos Goiases.
Localizado
nas margens deste caminho que se dirigia às recém descobertas minas de ouro dos
Goiases o bairro rural do Mato Grosso teve inicio com a instalação de um pouso
de tropeiros. O pousio das Campinas do Mato Grosso – erguidos em meio a
pequenos descampados ou campinhos, em uma região de mata fechada como então era
a Mata Atlântica neste período, impulsionou o desenvolvimento de várias
atividades de abastecimento que promoveu uma maior concentração populacional,
reunindo-se neste bairro rural em 1767, 385 pessoas. Após a formação do bairro
rural de Jundiaí, ocorreu a fundação da vila de São Carlos de Mato Grosso, que
em 14 de julho de 1774 iria se transformar na cidade de Campinas tendo como
fundador Francisco Barreto Leme do Prado.
Este
bairro rural tinha em particular característica, um solo de excelente
qualidade. Clareiras existentes na densa floresta tropical interior
possibilitaram, em um relevo levemente ondulado, o desenvolvimento e o plantio
de açúcar. Muitos engenhos instalaram-se na região.
No mesmo
período – segunda metade do século XVIII, ganhava forma também outra dinâmica
econômica, política e social na região associada à chegada de fazendeiros
procedentes de Itú, Porto Feliz, Taubaté entre outros vinham buscar terras para
instalar lavouras não só reforçando as já existentes de cana de açúcar, mas
também as de café, utilizando a mão de obra escrava. De fato, foi por força e
interesse destes fazendeiros, ou ainda, por interesse do governo da capitania
de São Paulo, que o bairro rural do Mato Grosso transformado em Freguesia de
nossa senhora da Conceição do Mato Grosso (1774), depois em Vila de São Carlos
e em cidade de Campinas, período de tal importância econômica se tornou que as
plantações de café, principal produto de exportação do país, já suplantavam as
lavouras de cana de açúcar e dominavam a paisagem da região. Foram substituídos
totalmente os canaviais pelo plantio de café de várias fazendas como a Santa
Rosa, Santa Genebra, Mato Dentro, Jambeiro, Pau D’Alho, Bela Aliança, Roseira
tendo como proprietários os barões, Marquês de Três Rios, Barão Geraldo, Barão
de Itapura, Barão de Jaguara e demais.
Esta
estratégia de interiorização das entradas e bandeiras combinadas com acordos e
tratados internacionais realizados nos períodos colonial, imperial e
republicano deu a atual conformação do Brasil. Os cafezais permitiram um novo
ciclo de desenvolvimento da cidade.
A partir
da economia cafeeira, Campinas passou a concentrar um grande contingente de
trabalhadores escravos livres (de diferentes procedências), empregados em
plantações e em atividades produtivas rurais. No mesmo período (segunda) metade
do século XVIII, a cidade começava a experimentar um intenso processo de
modernização do Estado de São Paulo.
No mesmo
período a cidade passou a concentrar uma população mais significativa, constituída
de migrantes e imigrantes procedentes das mais diversas regiões do estado, do
país e do mundo, e que chegavam à Campinas atraído pela instalação de um novo
parque produtivo, composto de fábricas agro-industriais e estabelecimentos
diversos.
Entre as
décadas de 1930 e 1940, portanto, a cidade de Campinas passou a vivenciar um
novo momento histórico, marcado pela migração e pela multiplicação de bairros
nas proximidades das fabricas dos estabelecimentos e das grandes rodovias em
implantação – Via Anhanguera (1948), rodovia Bandeirantes (1979), rodovia
Santos-Dumont (1980).
Em 1948
compunha-se de 937 estabelecimentos industriais em atividade com 10.000 postos
de trabalho no setor alimentício, vestuário, produtos químicos e farmacêuticos.
Nos anos
50 indústrias de capital estrangeiro como a Singer, Dunlop, Merck
Sharp&Dohne, Bendix, Bosch e a General Eletric por um efeito combinado de
saída das grandes indústrias da RMSP, instalam-se em Campinas, visto os efeitos
dos altos custos de produção – terrenos, impostos, infraestrutura escassa,
custo de mão de obra na capital paulista e instalam-se próximo às vias de
circulação principais como a via Anhanguera.
O efeito
disto é uma crescente urbanização na cidade e um projeto urbanístico existente
(Plano Prestes Maia) colocado em prática, reestrutura e reordena o espaço
urbano alargando ruas como Campos Sales, Francisco Glicério. Edifícios são
demolidos, cria-se perimetrais e radiais como a Anchieta, Orosimbo Maia, Paula
Bueno, Delfino Cintra, Brasil, Andrade Neves, Pedro de Toledo, João Jorge,
Saudade, Abolição e Morais Sales.
Com o
acelerado desenvolvimento e a necessidade de suprir suas demandas, na década de
60 é inaugurada a Unicamp- Universidade Estadual de Campinas e o Aeroporto
Internacional de Viracopos.
Na década
de 70 e 80 são duplicadas as rodovias Mogi Mirim e construída a rodovia
D.Pedro.
Entre as
décadas de 60 e 90 a população cresceu 400 %, no sentido inverso, entretanto,
este crescimento acelerado não se traduziu na manutenção da qualidade de vida
que então existia.
Atualmente
o setor agrícola é o menos relevante e o setor de transformação (indústria)
participa com 30% da produção do estado de São Paulo sendo as indústrias de
alta tecnologia e o parque metalúrgico os mais importantes. Campinas é
considerado a capital do Vale do Silício devido seu pólo tecnológico de alta
importância.
Sua vocação
atual está na produção do saber, tecnologia e desenvolvimento com moderno
parque de transformação com a instalação de tecnopolos estruturados na UNICAMP,
PUCC, laboratórios, Centros de Pesquisa e Desenvolvimento como o CPQD da
Telebrás, CTI – Centro Tecnológico da Informática, Centro Nacional de Pesquisas
em Energia e Materiais (CNPEM), Centro de Pesquisas Avançadas Werner Von Braun,
Empresa Brasileira de Agropecuária (EMBRAPA), Laboratório Nacional de Luz
Síncroton (LNLS).
O setor
terciário é a fonte mais importante geradora de riquezas e renda com destaque
para comércio e microempresas.
Incluída
na área metropolitana da RMC-Região Metropolitana de Campinas, atualmente sua
população está concentrada na área urbana com 98 % do total de 1.088.611 habitantes
(IBGE 2011).
É a 3ª
cidade mais populosa do Estado de São Paulo, com IDH – Índice de
Desenvolvimento Humano de 0,852 ocupando o espaço entre os mais desenvolvidos
do estado (7ºlugar) e a décima cidade mais rica do Brasil.
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